Transtorno de Personalidade DEPENDENTE

O assunto transtorno da personalidade DEPENDENTE – TPD, são de modo geral, pessoas muito dependentes de outras pessoas (com frequência de uma pessoa principal); como consequência, acabam por se submeter de forma intensa a elas, pois temem intensamente a separação dessa(s) pessoas(s). Nesse contexto, são pessoas que percebem como incapazes, sem habilidades pessoais, até para tomar decisões na vida diária, como o que vestir, com quem devem ter amizade, o que fazer no trabalho, etc.

 

 

Em pessoas com transtorno de personalidade dependente, a necessidade de ser cuidado resulta na perda de sua autonomia e interesses. Como são intensamente ansiosos sobre cuidar de si mesmos, eles se tornam excessivamente dependentes e submissos.

 

Informações sobre as causas do transtorno de personalidade dependente são limitadas. Considera-se que fatores culturais, experiências precoces negativas e vulnerabilidades biológicas associadas com ansiedade contribuam para o desenvolvimento do transtorno de personalidade dependente. Traços familiares como submissão, insegurança e comportamento discreto também podem contribuir. Pessoas com transtorno de personalidade dependente não acham que possam cuidar de si mesmos. Eles usam a submissão para tentar fazer outras pessoas cuidarem deles.

 

Como essas pessoas têm a certeza de que eles não podem fazer nada por conta própria, eles têm dificuldade em iniciar uma nova tarefa e trabalhar de forma independente, e evitam tarefas que exijam assumir responsabilidade. Eles se apresentam como incompetentes e precisando de ajuda e reafirmação constantes. Quando assegurados de que uma pessoa competente está supervisionando e aprovando-os, essas pessoas tendem a funcionar de forma adequada. Mas eles não querem parecer muito competentes para que não sejam abandonados. Como resultado, suas carreiras podem ser prejudicadas. Eles perpetuam sua dependência porque tendem a não aprender habilidades da vida independente.

 

Essas pessoas fazem de tudo para obter cuidado e suporte (p. ex., realizar tarefas desagradáveis, submeter-se a exigências descabidas, tolerar abuso físico, sexual ou emocional). Estar sozinho faz com que se sintam extremamente desconfortáveis ou com medo porque temem que não possam cuidar de si mesmos.

 

Os pacientes com transtorno da personalidade dependente tendem a interagir socialmente somente com algumas pessoas das quais dependem. Quando um relacionamento íntimo termina, os pacientes com esse transtorno tentam imediatamente encontrar um substituto. Por causa de sua necessidade desesperada de ser cuidado, eles não discriminam ao escolher um substituto.

 

Esses pacientes temem o abandono por parte daqueles de que dependem, mesmo quando não há nenhuma razão para isso.

 

 

Para o diagnóstico, é necessária a presença de ao menos sete das seguintes características, vejamos:

 

1) subordinação das próprias necessidades e desejos àqueles dos outros dos quais é dependente.

2) dificuldades para tomar decisões cotidianas e solicitação constante de que outros (dos quais depende) tomem as decisões diárias e importantes em sua vida. Essas pessoas pedem frequentemente reasseguramentos e conselhos dos outros.

3) necessidade de que o(s) outro(s) assuma(m) responsabilidade na maior parte dos assuntos de sua vida.

4) dificuldades em manifestar desacordo em decorrência do medo que têm de perder o apoio ou aprovação.

5) dificuldades em iniciar projetos, em fazer coisas por conta própria, por falta de confiança em si, nas suas capacidades ou julgamentos (não se trata de falta de motivação ou energia, mas de falta de autoconfiança).

6) tais pessoas podem ir a extremos para ter apoio, aprovação e carinho dos outros, a ponto de se voluntariar para fazer coisas desagradáveis.

7) sentimento de desamparo e desconforto significativo quando sozinho(a) por causa de medo exagerado de ser incapaz de se cuidar.

8) logo após o término de um relacionamento íntimo, tais pessoas buscam intensamente, com urgência, outro relacionamento para obter fonte de cuidado e apoio.

9) preocupações e/ou medo importante de ser abandonado à própria sorte.