O Transtorno de Personalidade Borderline se caracteriza por um modelo ou padrão invasivo da autoimagem, sobre seus afetos, bem como nas relações com as pessoas. Nesse raciocínio, o individuo tem comportamento impulsivo e por vezes explosivos em suas diferentes atividades e decisões, tanto envolvendo a si mesmo como outrem. O modelo ou padrão invasivo do borderline, transita de um contexto para outro. Por diversas vezes extremos e antagônicos, como por exemplo, em momentos comportar-se como uma “santa”, por outros como uma prostituta. Por vezes um profissional exemplar, por outros alguém que tira proveito próprio de forma ilícita.
Crucial esclarecer que o indivíduo com o transtorno procura de todas as formas evitar um abandono, seja ele real ou imaginário. A simples ideia de serem rejeitados podem levar a uma alteração profunda na autoimagem, comportamento e afeto. Isso ocorre, muitas vezes, mesmo frente a uma separação positiva, como receber alta da terapia ou receber uma promoção e ter que ir para outro setor, pode levá-lo ao desespero, pânico e mesmo raiva. Tais acontecimentos levá-los à fantasia de serem “maus”, o que poderá eliciar comportamentos impulsivos de automutilação e mesmo o suicídio.
Um bom exemplo para demonstrar a singular característica do indivíduo com o transtorno de personalidade borderline, é quando normalmente este cobra muito de seus pares afetivos. Mesmo nos primeiros encontros já exige que o outro compartilhe suas intimidades e passe a maior parte do tempo em sua companhia. Primeiramente idealiza o parceiro, o que facilmente o levará a uma frustração. Com isso vem à desvalorização do outro, por achar que este não se importa o suficiente.
Por serem impulsivos, em momentos agem contra si mesmos, fazem gastos exagerados, dirigem de forma imprudente, pedem demissão do trabalho, comem e bebem em excesso ou engajam-se em sexo inseguro.
A terapia pode ser feita dependendo do caso, em parceria com o psiquiatra. Isso pelo fato de em muitos pacientes aparecerem sintomas psicóticos, como alucinações e distorção de imagem corporal. O remédio ajudaria no restabelecimento do equilíbrio, para que a terapia possa ter resultados mais eficazes. É de toda sorte e importante trazer ao paciente, a consciência do que se passa em seus comportamentos, aos poucos procurando a percepção do que é real e do que é fantasia. Trabalhar sentimentos como os de vazio, de abandono, tédio e raiva, comuns nesses pacientes. Para que assim, este possa ter mais conhecimento e controle sobre si mesmo.