O que significa AGAMIA ?

A agamia é um termo que descreve a ausência ou a rejeição do casamento. Esta escolha de vida pode surgir por uma variedade de razões, incluindo preferências pessoais, objetivos de carreira, convicções religiosas ou simplesmente uma falta de interesse nas convenções sociais associadas ao casamento.

 

Essa vem sendo a nova forma de relacionamento que vem crescendo entre os jovens. Oportuno se torna mencionar que essa ideia de casamento/relacionamento passa bem longe da cabeça deles (jovens contemporâneos) a ideia de compromisso tradicional e tudo o que vem incluído nesse pacote. A nova geração vem passando por uma grande transformação no comportamento nas últimas décadas, com novos tipos de vínculo social.

 

Para alguns, a agamia é uma decisão consciente de priorizar outros aspectos da vida, como carreira, educação ou desenvolvimento pessoal. Eles podem sentir que se comprometer com um relacionamento matrimonial pode limitar suas oportunidades ou liberdades individuais. Nesse sentido, a agamia é uma escolha que promove a independência e a autodeterminação.

 

Por outro lado, para outros, a agamia pode ser uma consequência de experiências passadas negativas em relacionamentos românticos ou familiares. Traumas emocionais, divórcios dolorosos ou relações abusivas podem levar alguém a evitar o casamento como uma forma de proteção emocional.

 

Além disso, algumas pessoas adotam a agamia como parte de suas crenças religiosas ou filosóficas. Em algumas tradições espirituais ou culturais, o celibato é considerado um caminho para a iluminação espiritual ou a dedicação a uma causa maior.

 

Independentemente dos motivos, a agamia desafia as normas sociais predominantes que valorizam o casamento como um marco de sucesso ou felicidade. Ao optar por viver sem casamento, essas pessoas muitas vezes enfrentam questionamentos e incompreensão por parte da sociedade, mas também podem encontrar uma sensação de liberdade e autenticidade ao seguir seu próprio caminho.

 

Nesse rumo importante trazer as informações da pesquisa feita pelo IBGE, referente a 2023, mostra que o número de pessoas solteiras no Brasil era de 81 milhões, em contrapartida às casadas, que somam 63 milhões. Esse novo comportamento é chamado de agamia. Essa palavra vem do grego: “a” (não ou sem) e  “gamos” (união íntima ou casamento) e tem como base a falta de interesse de um indivíduo em firmar um relacionamento romântico com outra pessoa, o que passa também pela intenção de os casais não desejarem filhos.

 

Vale dizer que outro ponto observado IBGE foi o desejo de não querer filhos. Esses jovens estão preocupados com a preservação do planeta, aquecimento global, sustentabilidade, entre outras questões de vanguarda. Parte dessas mudanças também está relacionada ao meio digital, através das redes sociais, o que retarda o início da vida sexual desses jovens. As novas famílias estão tendo uma nova formação, com dois pais, duas mães, casais vivendo em casas separadas, são inúmeras as alternativas de relacionamento. Em suma, houve uma mudança na leitura do que é o amor, a família e o mundo.

 

A agamia tem oito pilares teóricos que servem, ademais, como linhas de desenvolvimento do modelo:

 

  1. rejeição ao amor;
  2. restauração da razão como máxima autoridade decisória;
  3. reintegração das relações ao âmbito da ética;
  4. rejeição radical do gênero;
  5. rejeição aos cânones normativos de beleza e às hierarquias de valor sociossexual;
  6. rejeição à sexualidade patriarcal através do questionamento do conceito “objeto de desejo”;
  7. substituição dos ciúmes pela “indignação”;
  8. substituição da família pelo “agrupamento livre”.

 

Estas e outras linhas de reflexão vêm se desenvolvendo, ampliando e transformando desde sua proposta inicial.