DEPENDÊNCIA EMOCIONAL

A dependência emocional caracteriza-se pelo apego excessivo a outra pessoa. Esta pode ser um cônjuge, um parente ou um amigo. Todavia, é mais comum ver esse tipo de dinâmica em relacionamentos amorosos, onde são investidas mais emoções e sentimentos.

A dependência emocional costuma ter sinais claros, mas quem está na situação nem sempre consegue enxergá-los. Ciúme, controle e possessividade são indicadores dessa dependência que, em geral, acomete relacionamentos conjugais, mas a dependência também pode se manifestar com amigos, familiares e até mesmo com uma pessoa de autoridade.

OPORTUNO se torna mencionar que, a dependência emocional é vista como uma forma de amor, algumas convenções sociais no Brasil enxergam a dependência como uma expressão de carinho e de amor. O QUE DE FATO É UM ERRO DO SENSO COMUM SOCIAL.

Outra forma de pensar popularmente disseminada é que quem chega a certa idade solteiro e sem nenhuma perspectiva de casamento é fracassado ou é detentor de um problema que o torna incapaz de ser amado. Assim, para corresponder a expectativas, as pessoas se jogam em relacionamentos e se tornam dependentes emocionalmente de seus parceiros.

Desde a infância, precisamos de vínculos seguros que irá garantir um processo chamado apego seguro. E isso não significa apenas proximidade, mas uma relação de qualidade, quantidade e frustrações, possibilitando ao indivíduo o desenvolvimento de uma confiança e segurança na relação com os outros. Essa forma de dependência tem raiz em uma diversidade de fatores, o que torna esse incômodo emocional complexo e de difícil superação sem a ajuda psicológica adequada. Essa possui relevância desde a infância, em casos em que os pais são narcisistas ou deprimidos, fazendo com que a criança desenvolva uma “necessidade” extra por eles, no intuito de oferecer-lhes um senso de propósito, a dependência emocional tem origem nesse período.

Dado certo momento, a pessoa afetada perde a capacidade de agir, tomar decisão sozinha e assumir responsabilidade por suas ações. Ao ser emocionalmente dependente, a autoestima depende somente da opinião ou reconhecimento de terceiros.

PORTANTO, a maneira pela qual a criança é educada e criada fará toda a diferença em seu comportamento na fase adulta, inconscientemente ela adquire o desejo de buscar o que lhe faltou como forma de completar a vida quando chega a adolescência ou fase adulta.

A dependência emocional não é considerada uma desordem mental, porém, alguns pacientes com outros tipos de distúrbios, como depressão e ansiedade, podem apresentar dependência emocional.

Essa dependência é mais presente quando há uma dinâmica doentia, envolta em possessividade e ciúmes, entre duas pessoas. O dependente quer ser o centro do mundo do outro, sufocando-o com suas demandas e necessidades. As partes envolvidas deixam de querer ficar juntas por prazer e sentem-se obrigadas a permanecerem no relacionamento.

Nem sempre o dependente está totalmente consciente desse comportamento. A necessidade de ter a atenção integral do parceiro pode ser motivada por insegurança extrema ou medo irracional de perder a pessoa amada. Nesse contexto, são pessoas que percebem como incapazes, sem habilidades pessoais, até para tomar decisões na vida diária, como o que vestir, com quem devem ter amizade, o que fazer no trabalho, etc.

Como essas pessoas têm a certeza de que eles não podem fazer nada por conta própria, eles têm dificuldade em iniciar uma nova tarefa e trabalhar de forma independente, e evitam tarefas que exijam assumir responsabilidade. Eles se apresentam como incompetentes e precisando de ajuda e reafirmação constantes. Quando assegurados de que uma pessoa competente está supervisionando e aprovando-os, essas pessoas tendem a funcionar de forma adequada. Mas eles não querem parecer muito competentes para que não sejam abandonados. Como resultado, suas carreiras podem ser prejudicadas. Eles perpetuam sua dependência porque tendem a não aprender habilidades da vida independente.

 

Vejamos algumas das características de uma dependência emocional:

1) subordinação das próprias necessidades e desejos àqueles dos outros dos quais é dependente.

2) dificuldades para tomar decisões cotidianas e solicitação constante de que outros (dos quais depende) tomem as decisões diárias e importantes em sua vida. Essas pessoas pedem frequentemente reasseguramentos e conselhos dos outros.

3) necessidade de que o(s) outro(s) assuma(m) responsabilidade na maior parte dos assuntos de sua vida.

4) dificuldades em manifestar desacordo em decorrência do medo que têm de perder o apoio ou aprovação.

5) dificuldades em iniciar projetos, em fazer coisas por conta própria, por falta de confiança em si, nas suas capacidades ou julgamentos (não se trata de falta de motivação ou energia, mas de falta de autoconfiança).

6) tais pessoas podem ir a extremos para ter apoio, aprovação e carinho dos outros, a ponto de se voluntariar para fazer coisas desagradáveis.

7) sentimento de desamparo e desconforto significativo quando sozinho(a) por causa de medo exagerado de ser incapaz de se cuidar.

8) logo após o término de um relacionamento íntimo, tais pessoas buscam intensamente, com urgência, outro relacionamento para obter fonte de cuidado e apoio.

9) preocupações e/ou medo importante de ser abandonado à própria sorte.

 

COMO SAIR DEPENDÊNCIA EMOCIONAL:

Para superar a dependência emocional, o primeiro passo é reconhecer que ela existe, que se trata de um problema que precisa ser enfrentado. Por isso, é importante saber abordar o tema com empatia, pois quem é dependente emocional tem a sensação de que não pode viver sem a outra pessoa.

O fundamental é se mostrar como um ponto de apoio equilibrado, em que ela pode confiar e mostrando que existem relacionamentos em que a pessoa pode ser como ela realmente é. Como impera a baixa autoestima, ajuda falar sobre e reafirmar suas potencialidades.

Assim como a chave para vencer o medo de algo é conhecer o objeto de apreensão, o autoconhecimento é o caminho para a segurança e a independência. Ao saber quais são suas crenças centrais e o que está fazendo você repetir padrões comportamentais, você consegue lidar melhor com as suas emoções e seus desdobramentos.

Não estou dizendo que o processo será um mar de rosas, pois o autoconhecimento requer que a gente encare lados obscuros do nosso ser, que muitas vezes preferimos ignorar. Mas conhecer-se é olhar para si com compaixão e gentileza. Aceitando quem você é e buscando melhorar a relação que tem consigo e com sua história, a dependência emocional tende a diminuir e, assim, os seus relacionamentos podem florescer.

Isso implica em confrontar lembranças e medos desconfortáveis. O enfrentamento não é feito de um dia para o outro tampouco em um único mês de terapia. É um processo longo de introspecção e construção do amor-próprio, que requer a superação de limitações emocionais.

Ninguém é totalmente independente, e até mesmo pessoas que aparentam ser “fortes” não são totalmente livres da dependência emocional o quanto imaginam.

A resposta é simples: em você mesmo. Acabar com a dependência é também transferir a necessidade de atenção e de carinho para si mesmo. Em vez de escolher alguém para ser o seu porto seguro, você será o seu porto seguro!

VOCÊ DEVE reconhecer seu valor ao trabalhar sua autoestima: concentrando pensamentos positivos sobre si mesmo, percebendo suas realizações bem como suas limitações, a terapia é uma forte aliada nesse processo.

VOCÊ DEVE aceitar suas decisões e enfrentar as consequências, perceba que você é capaz de fazer o que é melhor para sua vida.

VOCÊ DEVE lembrar que somente você está no controle de seus sentimentos, emoções e ações.