O que é AUTISMO?

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.

As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica sempre concentrou esforços no estudo da predisposição genética, analisando mutações espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética passada de pais para filhos. No entanto, já há evidências de que as causas hereditárias explicariam apenas metade do risco de desenvolver TEA. Fatores ambientais que impactam o feto, como estresse, infecções, exposição a substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos teriam o mesmo peso na possibilidade de aparecimento do distúrbio.

Por outro lado, o diagnóstico de TEA pode ser acompanhado de habilidades impressionantes, como facilidade para aprender visualmente, muita atenção aos detalhes e à exatidão; capacidade de memória acima da média e grande concentração em uma área de interesse específica durante um longo período de tempo.

A etiologia do transtorno do espectro autista ainda permanece desconhecida. Evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas sim a interação de fatores genéticos e ambientais. A interação entre esses fatores parecem estar relacionadas ao TEA, porém é importante ressaltar que “risco aumentado” não é o mesmo que causa fatores de risco ambientais. Os fatores ambientais podem aumentar ou diminuir o risco de TEA em pessoas geneticamente predispostas. Embora nenhum destes fatores pareça ter forte correlação com aumento e/ou diminuição dos riscos, a exposição a agentes químicos, deficiência de vitamina D e ácido fólico, uso de substâncias (como ácido valpróico) durante a gestação, prematuridade (com idade gestacional abaixo de 35 semanas), baixo peso ao nascer (< 2.500 g), gestações múltiplas, infecção materna durante a gravidez e idade parental avançada são considerados fatores contribuintes para o desenvolvimento do TEA.

As causas do autismo são majoritariamente genéticas. Confirmando estudos recentes anteriores, um trabalho científico de 2019 demonstrou que fatores genéticos são os mais importantes na determinação das causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de fatores ambientais (de 1% a 3%) ainda controversos, que também podem estar associados como, por exemplo, a idade paterna avançada ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem atualmente 1.118 genes (atualizado em 06.fev.2022) já mapeados e sendo estudados como possíveis fatores de risco para o transtorno — sendo 134 os principais genes, os mais relevantes e com evidências mais robustas.

Os efeitos do álcool sobre o feto e o recém-nascido constituem uma afecção comum. Atualmente estima-se que diariamente no mundo haja 1726 casos novos! Contudo não se consegue diagnosticar sequer 1% desses casos. Essa imensa falha nos diagnósticos provavelmente é secundária a vários fatores como: complexidade do diagnóstico, dependência da presença de dismorfias faciais, sobreposição de diagnóstico com outras entidades (por exemplo déficit de atenção e hiperatividade) e pelo fato de que muitos indivíduos afetados apresentam poucos sinais e sintomas e não despertam atenção clínica. Mas novas pesquisas vem revelando o índice muito alto de AUTISMO para genitores com problemas de vício e álcool.

 

UMA PESQUISA REVELOU OS SEGUINTES ÍNDICES: Realizou-se um estudo de caso-controle. Para cada criança/adolescente com TEA (grupo-caso) selecionou-se quatro neurotípicas (grupo-controle). Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se um questionário semiestruturado que foi aplicado às mães. Análise bivariada foi realizada com utilização dos testes Qui-Quadrado e Mann-Whitney. Resultados: O grupo-caso foi constituído por 248 crianças e adolescentes e o grupo-controle por 886, sendo semelhantes quanto a média de idade (p=0,398) e a classe social (p=0,320). A média de idade das mães foi de, respectivamente, 29,7 e 27,8 anos nos grupos caso e controle (p=0,000). Observou-se que um baixo número de mães relatou consumo de tabaco (2,8%), álcool (6,6%) e drogas ilícitas (1,7%) durante a gestação. Não foi identificada associação significativa entre o TEA e o uso dessas drogas (tabaco, p=0,721; bebida alcoólica, p=0,984; e drogas ilícitas, p=0,493). Entretanto, a proporção de mães que utilizou medicamento durante a gestação foi significativamente maior no grupo-caso (50,0%) quando comparada ao grupo-controle (35,5%) (p=0,000). Dentre as classes de medicamentos utilizadas, os antitérmicos/analgésicos (p=0,000), antibióticos (p=0,013) e antidepressivos (p=0,039) apresentaram associação com o TEA. Conclusões: A proporção do uso de medicamentos durante a gestação foi maior em mães de crianças com o TEA, e as classes que apresentaram associação com esse transtorno foram antitérmicos/analgésicos, antibióticos e antidepressivos. Nenhuma associação foi observada com o uso de outras drogas.