Hipnoanálise

Método psicanalítico em que se faz uso da hipnose. O transe hipnótico é um estado de consciência de atenção profunda no qual o individuo prioriza uma percepção e neutraliza as outras. Até ignorando o que ocorre em sua volta.

“A aparência eventual de sono é ilusória e não constitui atributo obrigatório do transe hipnótico, que pode estar presente e efetivo em alguém, sem ser reconhecido. É errônea a idéia, ainda vulgarizada, de que o hipnotizado fique inteiramente sob o domínio do hipnotizador. Só é capaz de ser subjugado por um hipnotizador quem for suscetível de ser dominado por qualquer outro modo de sugestão.

Na clínica, a rigor, o que se consegue sob Hipnose também pode ser obtido sem ela, embora, em alguns casos, de maneira muito mais difícil, como o afloramento de traumas recalcados ou de disposições inatas ainda não conscientizadas. Devido a isto, a Hipnose tornou-se excelente coadjuvante e facilitador da atividade psicoterapêutica em geral, qualquer que seja seu fundamento teórico ou procedimento técnico.

Hoje, pelo reconhecimento e aceitação, a Hipnose representa ajuda ao acesso e manejabilidade dos estados de consciência e seus conteúdos. Um número crescente de psicanalistas tem retornado a ela nas psicoterapias, que não têm de renegar, por isso, os conceitos teóricos que as orientam. Estes são um roteiro. E a hipnose, um dos principais veículos ao seu alcance prático.

Na psicoterapia, cada cliente apresenta desdobramentos diversos pelo caráter único da mente de cada pessoa, com sua estrutura inata inconfundível e as experiências vividas. O emprego do transe hipnótico, hoje, nas psicoterapias, talvez seja verdadeiro modelo de “retorno do recalcado”. No campo da ciência, vale a pena deter-se o bastante para apurar o antigo à luz daquilo que se renova, para auferir o lucro daí resultante.

Os conceitos válidos no campo da psicoterapia se enriquecem pela prática clínica, em sua aliança com o transe hipnótico. Há interesse legitimo em poder comparar o conteúdo daquilo que se chama de “inconsciente” e do que a “plena consciência” nos oferece em suas manifestações comuns e no estado de transe. O todo é precioso e amplo domínio de pesquisa e prática. Sua indagação científica inclui as experiências de laboratório, as vivências espontâneas e os fatos clínicos.​”