DESAPEGO EMOCIONAL

Desejar muito é viver infeliz – o desejo inconsciente é algo inalcançável.

 

Primeiramente, é preciso lembrar que desapego e indiferença são conceitos bastante distintos que não devem ser confundidos. Desapego é saber dar importância ao que realmente vale a pena, sem focar excessivamente no que é dispensável, já a indiferença é uma falta de interesse que beira o descaso e a desconsideração.

 

A premissa do ato de apegar está justamente na ideia de que gostamos de algo a tal ponto de não querermos mais nos afastar.

 

Afinal, se coisas boas se vão é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo” – Fernando Pessoa.

 

O desapego emocional é uma condição psicológica que se refere à incapacidade – ou falta de vontade – de se envolver emocionalmente com outras pessoas. Para algumas pessoas, o desapego emocional é algo positivo, pois ajuda a protegê-las de dramas, ansiedade ou estresse indesejados.

 

O desapego emocional pode partir da própria pessoa, ou seja, é possível optar por permanecer emocionalmente afastado. Sendo assim, o sentimento pode ajudar a se preparar para situações que normalmente tirariam o melhor de você. Sendo uma medida protetora.

 

Inúmeras pessoas possuem uma característica que pode ser prejudicial para sua saúde mental e emocional, que é o apego – seja por coisas, ideias, pessoas ou situações. Isso acontece porque o afeto, quando excessivo, nos mantém reféns da vida, fazendo com que o dia a dia se torne pesado e sem alegria. Sendo assim, o ideal seria sempre estarmos preparados para aceitar possíveis e súbitas transformações em nosso cotidiano, como uma mudança de emprego ou de casa, a troca de um carro, o término de um relacionamento e até mesmo a morte de pessoas queridas. Sabemos que essas perdas podem gerar sofrimento, mas precisamos encontrar maneiras de encarar as decepções e continuar nossas vidas da melhor forma possível.

 

É bom lembrar que apesar dos dois sentimentos serem muito parecidos, o apego, no fundo, destrói o amor.

 

O apego causa todo tipo de sofrimento nas nossas vidas, pois trata-se de um falso amor e acaba se tornando uma limitação. Enquanto o amor é entrega, o apego é a possessividade. O amor deixa livre e o apego diz: “eu te possuo”. E é por apego que existem guerras, crimes, etc. No que se refere a relações afetivas, o amor é a prontidão para se mergulhar no outro.

 

De um modo geral, podemos dizer que as pessoas desapegadas são tranquilas, estão sempre em harmonia, pois conhecem a sua verdadeira essência e sabem que a possibilidade de perder alguma posse ou se distanciar de alguém não vai mudar a sua verdadeira natureza.

 

As pessoas apegadas podem apresentar diversos sintomas como ansiedade, fobia, depressão.

 

DESAPEGO EMOCIONAL NEGATIVO = o desapego acontece como resultado de eventos traumáticos que o tornaram incapaz de ser aberto e verdadeiro sobre suas emoções. Entretanto, como abuso ou negligência na infância. Crianças vítimas de abuso podem desenvolver o desapego emocional como um meio de sobrevivência. Além disso, elas também podem ter dificuldade em aceitar emoções, não sabendo como responder em um momento de alto estresse.

 

Dessa maneira, isso pode levar ao humor deprimido, à incapacidade de mostrar ou compartilhar emoções e problemas de comportamento.

 

Pessoas que tomam medicamentos como antidepressivos também podem experimentar o desapego emocional.

 

 

DICAS PARA PRATICAR O DESAPEGO EMOCIONAL

 

1.  Permita-se vivenciar os seus sentimentos e pensamentos e os aceite exatamente da forma como eles se expressam em você, sabendo que tem a capacidade para regulá-los.

 

2.  Não deixe de sentir determinados sentimentos que se manifestam no seu corpo, nem tente evitar que determinados pensamentos surjam em sua mente.

 

3.  Tenha claro que não somos os nossos sentimentos nem pensamentos, por isso eles devem ser filtrados pela nossa consciência para que não julguemos que somos tudo o que sentimos ou pensamos.

 

4.  Quando a nossa mente produz pensamentos que são angustiantes para nós, num primeiro momento devemos apenas observá-los. Não precisamos acrescentar mais nada a esses pensamentos ou julgá-los, somente deixá-los vir à tona e passar por nossa mente.

 

5.  Ao invés de todo o processo de raciocínio destrutivo, você apenas observará o seu pensamento, sem juízos, e dirá a si mesmo: “Ah, estou tendo um pensamento que me alerta que algo pode estar errado comigo. Eu não sou este pensamento. Eu não vou segui-lo. Focarei nas coisas que tenho que fazer hoje”.

 

6.  É importante permitir-se viver a sua experiência. Por exemplo, quando se sentir deprimido ou angustiado, tente perceber em que parte do seu corpo sente alterações físicas. É na zona da garganta? No peito? Na nuca? No estômago? Sinta e observe seu incômodo. Fique temporariamente com a sua dor, angústia ou ansiedade. Em seguida, aceite-a. Depois, oriente a sua atenção no sentido de aprender a lidar com os seus sentimentos e pensamentos, regulando-os, até que possam diminuir ou extinguir-se.