Transtorno de Personalidade ANTISSOCIAL

O assunto transtorno da personalidade ANTISSOCIAL – TPA, que é também conhecido em sua modalidade mais grave como SOCIOPATIA (sociopata), as pessoas com TPA apresentam muita dificuldade em ter uma interação afetiva recíproca, respeitosa e duradoura. Com frequência, não têm consideração ou compaixão pelas outras pessoas; mentem, enganam, trapaceiam, prejudicam os outros, mesmo a quem nunca os tenha feito nada.

 

Essas pessoas com TPA, embora reconhecidos há muito tempo, tanto nos textos psicopatológicos como na vida diária, têm um status polêmico nas classificações em psicopatologia, o qual sempre volta para a reflexão psicopatológica. Seria uma variação da normalidade ou uma doença? Um modo de ser ou uma categoria do médico-psiquiatrica-psicológica? Uma categoria do direito ou da ética/moral ou uma categoria das ciências do comportamento?

 

Contudo, conforme a tradição psicopatológica, pessoas com TPA têm muita dificuldade nas relações interpessoais; falta-lhes sensibilidade ao sofrimento dos outros (ou podem apresentar mesmo elementos de sadismo, tendo satisfação ou prazer com o sofrimento alheio). Há um padrão difuso de desconsideração pelas outra pessoas, violação dos direitos alheios.

 

Tanto fatores genéticos como ambientais (p. ex., abuso durante a infância) contribuem para o desenvolvimento do transtorno de personalidade antissocial. Um mecanismo possível é agressividade impulsiva, relacionada com o funcionamento anormal do transportador de serotonina. Desprezo pela dor dos outros durante a primeira infância foi associada ao comportamento antissocial durante a adolescência tardia.

 

O transtorno de personalidade antissocial é mais comum em parentes de 1º grau de pacientes com o transtorno do que na população em geral. O risco de desenvolver esse transtorno aumenta tanto em filhos adotivos como biológicos dos pais com o transtorno.

 

E se transtorno de conduta acompanhado por déficit de atenção/hiperatividade se desenvolve antes dos 10 anos de idade, o risco de desenvolvimento do transtorno de personalidade antissocial durante a idade adulta é maior. O risco de transtorno de conduta evoluir para transtorno de personalidade antissocial pode ser maior quando os pais abusam ou negligenciam o filho ou são inconsistentes quanto à disciplina ou em estilo parental (p. ex., alternar entre cordial e apoiador para insensível e crítico).

 

 

Pessoas com transtorno de personalidade antissocial podem expressar seu descaso pelos outros e pela lei destruindo propriedade, assediando outros ou roubando. Eles podem enganar, explorar, fraudar ou manipular as pessoas para conseguir o que querem (p. ex., dinheiro, poder, sexo). Eles podem usar um pseudônimo.

 

Essas pessoas são muitas vezes facilmente irritados e fisicamente agressivos; eles podem começar lutas ou abusar do cônjuge ou parceiro. Nas relações sexuais, eles podem ser irresponsáveis e explorar seu parceiro e não conseguirem permanecer monogâmicos.

 

Não há remorso pelas ações. Pessoas com transtorno de personalidade antissocial podem explicar suas ações culpando aqueles que eles prejudicam (p. ex., eles mereciam) ou a forma como a vida é (p. ex., injusta). Eles estão determinados a não serem intimidados e fazem o que eles acham que é melhor para si mesmos a qualquer custo.

 

Pessoas com transtorno de personalidade antissocial tendem a ter uma opinião elevada de si mesmos e podem ser muito teimosos, autoconfiantes ou arrogantes. Eles podem ser charmosos, volúveis e verbalmente superficiais em seus esforços para conseguirem o que querem.

 

 

CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS DE TPA:

A) fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais. Repetição de atos que podem constituir motivos de detenção.

 

B) tendência à falsidade, a mentir repetidamente, a praticar a falsidade, falsificar nomes, documentos, trapacear para o ganho pessoal ou por prazer.

 

C) impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro. No sentido da impulsividade e da inconstância, pode haver incapacidade de manter relacionamentos, embora não haja dificuldade em inicia-los.

 

D) irritabilidade e agressividade, envolvimento frequente em brigas, lutas e agressões verbais e físicas. Hostilidade em muitos contextos. Nesse sentido, também é comum haver baixa tolerância a frustrações e baixo limiar para descarga de agressão, inclusive violência.

 

E) descaso pela segurança de si e dos outros.

 

F) irresponsabilidade reiterada, indicada por falha em manter conduta consistente no tralho ou em honrar obrigações financeiras (p. ex., pagas contas). Dessa forma, essas pessoas apresentam irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais.

 

G) ausência de remorso, verificada pela indiferença ou racionalização em relação a ter ferido, maltratado, prejudicado gravemente ou roubado outras pessoas. Assim, verifica-se muitas vezes incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência, particularmente com a punição.

 

H) propensão marcante para culpar os outros ou para oferecer racionalizações plausíveis para o comportamento que gerou seu conflito com a sociedade.

 

I) crueldade e sadismo.

 

J) indiferença e insensibilidade aos sentimentos alheios.

 

 

 

Não há cura para o Transtorno da Personalidade Antissocial, mas o tratamento pode ajudar o paciente a conviver com os sintomas e melhorar muito com o tempo. O principal método é a psicoterapia com HIPNOSE, que vai trabalhar o entendimento do paciente em relação aos sentimentos de outras pessoas e ressignificar seus próprios conflitos internos.

 

No entanto, nem sempre a psicoterapia é eficaz se não for associada a outras opções. O complemento ao tratamento pode ser feito por meio de fármacos para depressão e ansiedade, já que não existem medicamentos específicos para o transtorno em questão.