Transtorno de Personalidade OBSESSIVO-COMPULSIVO

O assunto transtorno da personalidade OBSESSIVO-COMPULSIVO –, é um transtorno relativamente frequente, tende a ser mais frequente em pessoas com maior escolaridade, casadas e empregadas. Há pessoas que possuem traços obsessivo-compulsivos e são bem-adaptados a tais traços; entretanto, esse transtorno com frequência se associa a transtornos de ansiedade, pois, trata-se de pessoas, de modo geral, muito controladoras em relação a sua vida e suas relações interpessoais, que apresentam estilo perfeccionista e carente de flexibilidade.

 

Em pessoas com transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, a preocupação com a ordem, perfeccionismo e controle deles mesmos e de situações interfere na flexibilidade, eficácia e receptividade. Rígidos e teimosos em suas atividades, essas pessoas insistem no fato de que tudo seja feito de uma maneira específica.

 

Para manter uma sensação de controle, as pessoas focalizam regras, detalhes minutosuciosos, procedimentos, cronogramas e listas. Como resultado, o ponto principal de um projeto ou atividade é perdido. Essas pessoas verificam repetidamente erros e dão atenção extraordinária a detalhes. Eles não fazem bom uso do seu tempo, muitas vezes deixando as tarefas mais importantes para o fim. Sua preocupação com os detalhes e garantia de que tudo está perfeito pode atrasar indefinidamente a conclusão. Eles não têm ciência de como seu comportamento afeta os colegas de trabalho. Quando focados em uma única tarefa, essas pessoas podem negligenciar todos os outros aspectos da vida.

 

Como essas pessoas querem que tudo seja feito de uma maneira específica, eles têm dificuldade em delegar tarefas e trabalhar com os outros. Ao trabalhar com os outros, eles podem criar listas detalhadas de como uma tarefa deve ser feita e chatearem-se um colega de trabalho sugere uma forma alternativa. Eles podem rejeitar ajuda mesmo quando eles estão atrasados.

 

Essas pessoas se planejam antecipadamente e em grande detalhes e não querem considerar alterações. Sua rigidez implacável pode frustrar colegas de trabalho e amigos.

 

Expressão de afeto também é rigidamente controlada. Essas pessoas podem se relacionar com os outros de uma maneira formal, rígida ou séria. Muitas vezes, eles só falam depois de pensarem na coisa perfeita a dizer. Eles podem focalizar a lógica e o intelecto e serem intolerantes quanto a comportamento emocional ou expressivo.

 

Essas pessoas podem ser fanáticos, exigentes e rígidos sobre questões de moralidade, ética e valores. Eles aplicam princípios morais rígidos a si mesmos e aos outros e são duramente autocríticos. Eles são rigidamente deferentes com as autoridades e insistem no cumprimento exato das regras, sem exceções quanto a circunstâncias atenuantes.

 

Para o psicodiagnóstico, é necessária a presença de pelo menos cinco destas características abaixo declinadas, vejamos:

 

1) preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou esquemas a ponto de o objetivo principal da atividade que realiza ser perdido.

2) perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas e preocupação indevida com detalhes da vida

3) dedicação excessiva ao trabalho e à produção em detrimento de ocupar-se com amizades, lazer, relações pessoais (não explicada por dificuldades financeiras).

4) excesso de escrúpulos e inflexibilidade em relação a assuntos de moralidade, ética ou valores (não explicado por questões religiosas ou culturais).

5) incapacidade de jogar fora objetos usados ou sem valor, mesmo quando não têm valor sentimental.

6) a pessoa reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas se submetam ao seu modo exato de fazer as coisas. Insistência incomum para que os outros se submetam exatamente a sua maneira de fazer as coisas.

7) estilo mesquinho para lidar com gastos, com o dinheiro, mesmo que isso não se justifique por carência econômica.

8) tendência a rigidez e teimosia.

 

 

Portanto, esse padrão de personalidade se caracteriza pela rigidez e controle, e dificuldade em relaxar e ter prazer na vida, nas relações interpessoais, não consegue desligar um pouco e deixas as coisas acontecerem.