Muitos de nós já ouviram sobre dupla personalidade, pelo menos uma vez na vida. A dramaturgia e o cinema já retrataram esses casos, sendo o mais recente mostrado no sucesso hollywoodiano ‘Fragmentado’, em que o protagonista transita entre 23 personalidades diferentes, alternado quimicamente. O problema é que essa variação existe na vida real e é conhecido por Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI).
Portanto, eu posso explicar o que é o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), também conhecido como transtorno de personalidade múltipla. O TDI é um distúrbio psicológico complexo que envolve a presença de duas ou mais identidades distintas e bem definidas dentro de uma única pessoa. Cada uma dessas identidades, também chamadas de “alter egos” ou “personalidades”, tem sua própria maneira de perceber o mundo, suas memórias, emoções, pensamentos e comportamentos.
Pode-se definir o transtorno como uma condição psicológica severa em que aspectos importantes como memórias, comportamentos, sentimentos e a própria identidade são afetados. O TDI se configura como um processo mental dissociativo responsável pela falta de conexão ao que a pessoa traz em sua personalidade ‘real’.
Os indivíduos com TDI experimentam episódios de lapsos de memória significativos, nos quais não conseguem recordar eventos ou informações importantes que ocorreram enquanto uma determinada personalidade estava ativa. Esses lapsos de memória geralmente ocorrem porque as diferentes identidades não compartilham completamente suas experiências e conhecimentos.
As mudanças entre as diferentes personalidades podem ser abruptas e associadas a fatores de estresse ou gatilhos emocionais. Essa transição entre identidades é conhecida como “alternância“. Cada personalidade pode ter sua própria faixa de idade, gênero, interesses, habilidades e até mesmo problemas de saúde física.
As causas do TDI ainda não são completamente compreendidas, mas acredita-se que trauma grave e repetido na infância, como abuso físico, sexual ou emocional, possa desempenhar um papel importante no desenvolvimento do transtorno. A dissociação, que é uma desconexão entre diferentes aspectos da consciência, pode ser uma forma de defesa psicológica para lidar com o trauma extremo.
O diagnóstico do TDI é complexo e requer a avaliação minuciosa de um profissional de saúde mental qualificado, como um psicólogo ou psiquiatra. O tratamento geralmente envolve terapia, especialmente a terapia dissociativa, onde o objetivo é ajudar a pessoa a compreender e integrar suas diferentes identidades, trabalhando para reduzir a dissociação e melhorar a funcionalidade diária. Em alguns casos, a medicação também pode ser utilizada para tratar sintomas como ansiedade e depressão associados ao transtorno.
É importante lembrar que o TDI é um distúrbio raro e complexo, e a compreensão dele continua evoluindo à medida que a pesquisa e a prática clínica avançam. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando problemas de saúde mental, é fundamental buscar ajuda profissional para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
Quais são as causas?
Segundo especialistas, o Transtorno Dissociativo de Identidade é causado por um grande trauma sofrido pela pessoa ainda na infância. Em muitos casos, esses eventos traumáticos são fruto de abusos sexuais, físicos ou psíquicos. Ao passar por essas situações, as crianças começam a desenvolver outras personalidades com o intuito de se defender dessa exposição prejudicial. Esses personagens atuam como objetos de autodefesa para suportar momentos de dor e angústia.
Os sintomas do TDI podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns dos mais comuns incluem:
- Alterações abruptas de comportamento, humor e personalidade;
- Amnésia para eventos pessoais, incluindo memórias de traumas;
- Sensação de que não é a mesma pessoa o tempo todo;
- Sensação de que alguém ou algo está controlando seus pensamentos ou ações;
- Dificuldades em manter relacionamentos;
- Problemas no trabalho ou na escola;
- Abuso de substâncias.
O TDI pode ser um transtorno debilitante, mas é tratável. O tratamento geralmente envolve psicoterapia, que ajuda a pessoa a entender suas identidades e como lidar com o trauma que as causou. Em alguns casos, medicamentos também podem ser usados para tratar os sintomas.
