O quê é reabilitação cognitiva?

A reabilitação cognitiva é um conjunto de intervenções terapêuticas destinadas a melhorar ou restaurar as funções cognitivas de uma pessoa que foi prejudicada devido a lesões cerebrais, distúrbios neurológicos, envelhecimento ou outras condições que afetam o funcionamento cerebral. As funções cognitivas englobam processos mentais como memória, atenção, percepção, raciocínio, linguagem e resolução de problemas.

Importante destacar que a reabilitação cognitiva é um tratamento não farmacológico que tem o objetivo de retardar ao progressão de perdas cognitivas em diversas doenças neurológicas, como a doença de Alzheimer e demência por múltiplos infartos cerebrais, por exemplo. Doença de Parkinson até pode dar distúrbios cognitivos mas somente em fase avançada, na fase inicial ela somente provoca sintomas motores.

A reabilitação cognitiva envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo a participação de neuropsicólogos e do terapeuta ocupacional, e pode resultar em melhorias no dia a dia e, consequentemente, aumentar o bem-estar do paciente.

Para que o tratamento tenha sucesso, é de extrema importância que o cuidador e/ou a família do paciente em reabilitação estimule-o a desenvolver as atividades, informando ao profissional qualquer alteração percebida durante o processo.

O objetivo principal da reabilitação cognitiva é ajudar os indivíduos a recuperar ou aprimorar suas habilidades cognitivas, de modo que possam alcançar um nível funcional adequado para as atividades diárias, sociais e profissionais. Isso envolve a utilização de técnicas e estratégias terapêuticas adaptadas às necessidades específicas de cada paciente.

 

Alguns princípios e objetivos da reabilitação cognitiva incluem:

 

  1. Avaliação Individualizada: Antes de iniciar qualquer intervenção, é importante avaliar as áreas cognitivas afetadas e as habilidades remanescentes de cada indivíduo. Isso ajuda a identificar as áreas em que o paciente precisa de suporte;
  2. Definição de Metas: Com base na avaliação, são estabelecidas metas específicas e realistas para o processo de reabilitação. Essas metas podem variar de pessoa para pessoa, dependendo das áreas cognitivas afetadas e das metas pessoais;
  3. Treinamento e Exercícios Cognitivos: A reabilitação cognitiva frequentemente envolve uma série de exercícios e atividades projetadas para estimular as funções cognitivas afetadas. Isso pode incluir jogos de memória, quebra-cabeças, tarefas de atenção e exercícios de resolução de problemas;
  4. Uso de Estratégias Compensatórias: Às vezes, os danos cognitivos podem ser permanentes. Nesses casos, as estratégias de compensação são ensinadas para ajudar os pacientes a contornar as dificuldades cognitivas. Isso pode envolver o uso de lembretes, anotações e outras técnicas para superar os déficits;
  5. Feedback e Ajustes: A reabilitação cognitiva é um processo contínuo, e é importante monitorar o progresso do paciente, fazer ajustes nas intervenções conforme necessário e fornecer feedback construtivo para mantê-los motivados e engajados;
  6. Envolvimento Familiar e de Cuidadores: O apoio da família e dos cuidadores é fundamental para o sucesso da reabilitação cognitiva. Eles podem ajudar a implementar as estratégias no dia a dia do paciente;
  7. Abordagem Multidisciplinar: A reabilitação cognitiva muitas vezes envolve uma equipe de profissionais de saúde, como neuropsicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e médicos, que trabalham juntos para abordar as diferentes dimensões dos déficits cognitivos.

 

Alguns dos exercícios e atividades que podem ser utilizados na reabilitação cognitiva incluem:

 

  • Jogos de memória e atenção, como jogos de cartas, dominó e bingo;
  • Atividades de linguagem, como leitura, escrita e conversação;
  • Atividades de raciocínio e resolução de problemas, como quebra-cabeças, jogos de lógica e jogos de estratégia;
  • Atividades de organização e planejamento, como fazer listas, agendar compromissos e organizar tarefas.

 

Em resumo, a reabilitação cognitiva busca melhorar as capacidades cognitivas das pessoas afetadas por lesões ou condições neurológicas, visando aumentar sua independência funcional e qualidade de vida. Cada programa de reabilitação é adaptado às necessidades individuais do paciente e é um processo contínuo que requer paciência, esforço e colaboração entre o paciente, os profissionais de saúde e os cuidadores.